quarta-feira, 18 de junho de 2014

34...

É, hoje seriam 34...
Mas não te permitiram, não nos permitiram.
Sempre acabam levando uma parte boa da gente...
Hoje queria que fosse só mais uma comemoração, talvez um bolo, uma festa, uma farra, talvez a gente nem se visse... Mas estar lá faz toda a diferença.
É meu irmão, não te permitiram ser a coisa boa que você era, não te permitiram muita coisa... Não sei como poderia ter sido. Nos nossos “e se” mágicos, o céu poderia ser verde e você poderia estar por aqui agora. Sinto de uma forma esquisita que alguma coisas mudam a gente para sempre, racham a gente de tal forma que é como se nem doesse... Posso culpar o estado, um deus qualquer, a falta de justiça desse país, mas na real, nada disso vai mudar o fato de você não ter podido ver e viver uma série de coisas boas e ruins que a vida poderia ter te oferecido.
A gente sempre acha que poderia ter feito alguma coisa, ter feito mais, mas isso tudo só torna a coisa toda pior.
Portanto, esse desabafo só serve para mim, para minhas culpas, meus ressentimentos, minha sensação de impotência. Nesses sete anos nós simplesmente continuamos. Nada foi feito, nem justiça, nem vingança. Talvez tenhamos tendado esquecer lembrando. E se lembrar faz alguma diferença, continuarei lembrando... Agora com a minha bússola, meu mapa e a certeza que só temos uma vaga ilusão de tudo isso.