sexta-feira, 25 de março de 2016

Silenciosamente um abismo foi crescendo entre nós, um amor que pouco a pouco foi se movendo, se transformando, fluindo para algo ora maior, ora menor. Um amor tão grande que nos engoliu e pensamos ser suficiente. Não foi…Te amo, parece vazio, parece pequeno, mas te amo ao ponto de não saber como me achar sem você e esse é o problema, me perdi, te perdi… O tempo muda tudo e acabou mudando a gente. Tem uma paz aqui agora, que eu não sei lidar, sou dos vendavais, dos furacões, das tormentas. Me sinto te traindo, me traindo. Te quero bem, mas não te quero mais. Não do jeito que te quis um dia, te quero para sempre, mas mudou, me silenciou. Preciso me achar de novo, saber quem sou, achar os meus vendavais, meus furacões, até que a calmaria se faça necessária de novo

quarta-feira, 2 de março de 2016

Abri os olhos, não para ver, abri os olhos para continuar sentindo, abri os olhos com a esperança de recobrar a sanidade, a racionalidade, a lucidez. Abri os olhos, para não abrir o peito, ledo engano, este foi aberto sem que eu percebesse. Quando percebi que não tinha volta, quis fechá-lo novamente. Quis segurar aquele fragmento de momento, aquela sensação. Um momento dilatado, recortado, onde nada mais importava. O presente, um presente. Temos o estranho hábito de querer que as coisas durem, eu só quero que elas sejam. E se elas serão simplesmente por aquele instante... quem se importa? O instante é tudo que temos. Enquanto ele dura, o resto para. E vai parando... vai parando... vai parando... até que seja esquecido, perdido entre fragmentos de passado e futuro que se sobrepõe mutuamente, mas que só voltarão a fazer sentido quando o instante, aquele pequenininho, que as vezes nem percebemos, acabar.
Fico assim, respirando.... Não foi a última gota que fez transbordar, mas o conjunto de todas elas, mas quem disse que transbordar é ruim? Sigo cheia, meio lua, meio mar, esperando quem sabe minguar, transbordar, desaguar. Sigo aguada, sigo o fluxo, o caminho contrário, sigo querendo e tentando. E nesse momento, percebo o quanto a confusão se fez presente, se fez latente. Ainda sem um norte, mas no fundo disso tudo, eu só quero me perder. Em meio a minha caótica rotina, me perco entre os prazos, entre os pratos, entre tudo aquilo que foi sendo deixado por fazer, entre o ontem e o amanhã, pois para hoje eu só quero mais um copo d’água.    



quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Nostálgica, reticente, agônica… Vários sentimentos que acabam por se misturar numa batida que só me grita: Vai viver!
É isso… Vai viver!
Carnavalesca, hébria, volúvel, numa ânsia por encontrar um caminho, talvez não o melhor, mas com certeza não o maior.Querendo um pouco de tudo que é bom, por que no fim, é o que fica, é o que importa. Seguindo esse turbilhão, volto as cores, talvez elas ajudem, quem sabe aquele anil nas unhas não dê uma força?! Invisto nele com aquela certeza que só os tolos e os apaixonados tem, aquela certeza de que o que importa é o agora, que o melhor sentimento é o que é real. Mas o real é só mais um embuste. Quero voltar e te dizer tudo que está entalado na minha garganta seca, que não umedece nem com vodka (desculpa o trocadilho Caio…), quero ter coragem para arrancar cada uma das minhas máscaras para me despir de mim e quem sabe poder me mostrar assim, não pura, não única, não especial, mas assim, tão eu quanto se pode ser… 

domingo, 27 de julho de 2014

Geada

Hoje geou, por dentro e por fora. Não foi a primeira vez, mas sinto que pode ser a última. Quero que seja a última...
Tudo tão sem significado para alguns, nunca entenderam o que ficava subentendido, às vezes pagamos pelo que deixamos de dizer, mas não deixamos de sentir...
Sentir... Por vezes tão inesperado...
Sempre quis pouco, mas um pouco de verdade, um pouco inteiro, sabe aquele meio copo de whisky, só que whisky de primeira? Whisky de primeira não dá ressaca. Acho que é isso, estou com uma ressaca mal curada de meio copo de whisky vagabundo. 


quarta-feira, 18 de junho de 2014

34...

É, hoje seriam 34...
Mas não te permitiram, não nos permitiram.
Sempre acabam levando uma parte boa da gente...
Hoje queria que fosse só mais uma comemoração, talvez um bolo, uma festa, uma farra, talvez a gente nem se visse... Mas estar lá faz toda a diferença.
É meu irmão, não te permitiram ser a coisa boa que você era, não te permitiram muita coisa... Não sei como poderia ter sido. Nos nossos “e se” mágicos, o céu poderia ser verde e você poderia estar por aqui agora. Sinto de uma forma esquisita que alguma coisas mudam a gente para sempre, racham a gente de tal forma que é como se nem doesse... Posso culpar o estado, um deus qualquer, a falta de justiça desse país, mas na real, nada disso vai mudar o fato de você não ter podido ver e viver uma série de coisas boas e ruins que a vida poderia ter te oferecido.
A gente sempre acha que poderia ter feito alguma coisa, ter feito mais, mas isso tudo só torna a coisa toda pior.
Portanto, esse desabafo só serve para mim, para minhas culpas, meus ressentimentos, minha sensação de impotência. Nesses sete anos nós simplesmente continuamos. Nada foi feito, nem justiça, nem vingança. Talvez tenhamos tendado esquecer lembrando. E se lembrar faz alguma diferença, continuarei lembrando... Agora com a minha bússola, meu mapa e a certeza que só temos uma vaga ilusão de tudo isso.